Resumo 1ª parte da pesquisa, em MP3

CLIQUE AQUI PARA BAIXAR E OUVIR O PODCAST
(mp3 contendo o texto abaixo)

Roteiro:

"Olá!

Este podcast é um resumo da pesquisa que desenvolvi para o meu Trabalho Final de Graduação, que é um projeto arquitetônico para um novo Instituto de Ciência da Computação da UFBA.

Na primeira semana de julho de 2008 estará acontecendo a 'Semana de TFG', na Faculdade de Arquitetura da UFBA, e é quando este trabalho será apresentado e exposto na íntegra.

Dedico este trabalho aos professores e alunos do curso de Ciência da Computação da UFBA, em especial ao meu marido - Rodrigo - que faz parte dessa família.

Neste podcast farei uma leitura geral de fatos, documentos e constatações que motivaram e embasaram esse projeto.

Vamos começar esclarecendo algumas pequenas, mas importantíssimas questões.

Ao contrário do que muita gente pensa, inclusive gente na própria UFBA, o CPD (Centro de Processamento de Dados), prédio vizinho ao Instituto de Matemática no campus de Ondina, é um orgão suplementar, vinculado diretamente à reitoria, responsável por prover serviços e suporte da rede UFBA. Ele não é uma unidade acadêmica; e, tirando o fato de alguns professores de Computação também trabalharem lá, o CPD nada tem a ver com o *curso* Ciência da Computação.

O CURSO de Ciência da Computação da UFBA, antigamente denominado "Processamento de Dados", não tem hoje o seu próprio prédio. O curso acontece dentro do Instituto de Matemática, limitada a ser um departamento, o "DCC" - Departamento de Ciência da Computação.

Talvez um dia o espaço do IM (Instituto de Matemática) tenha sido suficiente, mas hoje já não está mais viável compartilhar este espaço, pois o curso de computação tem se expandido em idéias, realizações, pesquisas, e a infra-estrutura física não acompanhou esse crescimento.
O IM já não comporta um curso de Computação tão ativo. E essa constatação não é minha! As mobilizações começaram muito antes de eu pensar em fazer Arquitetura!

Vamos agora começar uma cronologia de citações que comprovam meu discurso.

1976 - Plano do ETA (Escritório Técnico de Arquitetura - atualmente é o Setor de Planejamento da UFBA.
Com plantas datadas de 1976, o ETA já previa a construção de prédios na lateral e frente do prédio do CPD, destinados a abrigar as expansões das unidade de tecnologia.

1997 - Trechos de "Uma proposta de Planejamento Estratégico para o Departamento de Ciência da Computação", elaborada por professores do curso.

Na página 12:
"Espaço físico: As instalações do instituto de matemática já não comportam os três departamentos que ele sedia. No futuro, com a implantação da pós-graduação, a situação se tornará insustentável para o DCC."

O DCC hoje possui mestrado e doutorado, mas tem que usar instalações externas para conseguir dar continuidade ao seu crescimento.

Ainda neste documento, os professores concluem:
Na página 24:
"Por fim, não poderíamos deixar de concluir, afirmando que o apoio da UFBA nessa empreitada é fundamental. [...]

Acreditamos firmemente que esta proposta não é apenas uma iniciativa que poderá beneficiar isoladamente o DCC, mas que se constitui em um projeto importante e estratégico para a Universidade Federal da Bahia."

Continuemos a cronologia...

Eu já andava de orelhas em pé para assuntos de TFG, em meados de 2007, e já pensava em criar algo que promovesse o desenvolvimento de tecnologias computacionais. Foi quando Rodrigo - que na época estava concluindo o curso de Ciência da Computação - me encaminhou por e-mail um documento feito pelo Departamento de Computação que funcionou como estopim para meu projeto.

Agosto de 2007 - trechos do RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO dizem:

"Em contraste com todos os esforços realizados nos últimos anos, o Departamento de
Ciência da Computação sofre com alguns problemas, que, se não observados com
atenção, poderão ter conseqüências irreparáveis ao desenvolvimento da área de Ciência
da Computação na UFBA. Por conseguinte, as demais áreas inter-relacionadas à
Computação deverão também ser afetadas."

"A atual infra-estrutura disponível para o Departamento é insuficiente. Ela sequer atende
às demandas de ensino atualmente existentes. Infra-estrutura destinada às atividades de
pesquisa e extensão são precárias. Insuficiência de espaço físico para abrigar
laboratórios de pesquisa e alunos de pós-graduação é evidente."

"O DCC e a UFBA têm se beneficiado de projetos de Lei de Informática.
A soma de recursos destes projetos foi significativa.
Frequentemente, há a participação de alunos em tais atividades, o que
acaba complementando a formação dos mesmos. No entanto, tudo o que têm sido feito
em termos de Lei de Informática tem usado espaço improvisado e sem infra-estrutura
adequada. Há inclusive relatos de contingência de investimentos por parte de empresas, devido à carência de nossa infra-estrutura."

E nas "Considerações finais do relatório":

"Como relatado no presente documento, o DCC/UFBA vem se empenhando em uma
série de atividades de ensino, pesquisa e extensão nos últimos anos. Um conjunto
considerável de projetos de pesquisa, de Lei de Informática e de extensão têm sido
executados no DCC."

"A despeito de todas as conquistas do DCC nos últimos anos, não houve avanços
significativos em termos de infra-estrutura física. A insuficiência de espaço físico para atividades diversas chega a ser alarmante. Como ficou aqui evidenciado, é de suma importância que a UFBA venha a apoiar as conquistas do DCC até aqui conseguidas."

"Reforçar a infra-estrutura, atendendo às presentes demandas, é, não só necessário, como também urgente. A sustentabilidade de tais conquistas depende agora de ações
institucionais."

E assim concluiu-se o RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO.

Vamos então para as entrevistas, em sua maioria realizadas em setembro de 2007.

Depois de saber de toda a carência, fui conversar diretamente com os interessados para saber como cada um imaginava "a solução".

Conversei com o professor George Marconi de Araújo Lima - chefe do departamento de Ciência da Computação; um dos autores do Relatório que acabamos de conhecer.

Professor Marco Antônio Fernandes - diretor do Instituto de Matemática; que também vislumbra a possibilidade de

Ciência da Computação se tornar uma unidade individual.

Conversei com Débora Abdalla - professora do DCC e coordenadora do Projeto Onda Digital. Foi quem mais me ajudou a conceber os espaços destinados à extensão e atividades integradoras, com a universidade e com a comunidade.

Christina von Flach - professora do DCC e co-orientadora do meu projeto, Se expressando em linguagem de arquitetos, me mostrou com desenhos como ela imagina, há vários anos, o projeto que proporcionará unidade, autonomia e identidade para Ciência da Computação.

Professora Fabíola Greve - que me ajudou a desenvolver o programa e nos deu uma bela história pra contar, de presente de aniversário.

Aparecida - arquiteta do Planejamento do Espaço Físico da UFBA. Ela fez parte do ETA (Escritório Técnico de Arquitetura da UFBA) e me explicou muitas coisas sobre o plano que o ETA traçou para essa área. Ela permitiu que eu fotografasse plantas e materiais pertinentes ao meu trabalho e me deu dicas de como proceder para que meu projeto respeitasse os planos traçados pelo ETA, mas de uma maneira contemporânea.

Ainda conversei com o senhor Benedito, funcionário da prefeitura, que estava fiscalizando a obra da passarela de acessibilidade que liga o estacionamento do PAF à biologia. Passarela esta que será protagonista no meu projeto, ligando os três blocos - Extensão, Prédio de Aulas e Laboratórios.

Vamos consultar o recente Plano Diretor do Campus. O que ele diz?

Na alternativa 3, para este terreno, estão previstos Laboratórios e Ampliação do CPD - foi escrito CPD, porém tudo me leva a crer que se referiam ao curso de Ciência da Computação.
No plano consta o texto: "Prédio com 3 pavimentos e 5.280m², sendo o pavimento térreo com salas de laboratório para atender ao curso de Biologia e os outros dois pavimentos funcionam como ampliação do CPD."

Apesar de no plano se destinar parte desse terreno ao curso de Biologia, considero fundamental atender as expectativas dos professores em estabelecer uma IDENTIDADE para Ciência da Computação. E, de acordo com o plano de 1976 e meus estudos, não haverá lugar melhor para Ciência da Computação que entre o CPD e o Centro de Convivência.

Neste terreno há árvores. Algumas graúdas e bonitas! Há um ipê roxo, um pé de Abricós de Macaco, um pé de cacau-selvagem, uma palmeira imperial já grandinha... entre outras árvores, grandes e pequenas, que eu não soube nomear.

Durante o semestre passado, quando eu ainda estava em Salvador, estive várias vezes no terreno. Em dias chuvosos, em dias ensolarados. Em horários diferentes. Queria observar o comportamento do sol, do vento, a vegetação, as perspectivas e encontrar as características mais valorosas daquele lugar.

No primeiro dia que fotografei a terreno, estava chuviscando. Havia muitas flores, com gotinhas. Tirei fotos lindas nesse dia. Apesar de não saber nomeá-las, registrei cada espécie florida em fotografias.

Outros dias em que estive lá, dias mais ensolarados, algumas vezes no cair da tarde, me chamou atenção as sombras das árvores e uma corrente de vento vindo do oeste - que é onde está o mar para este terreno.

Ainda tive a oportunidade de flagrar a floração do Ipê Roxo e dos Abricós de Macaco. Um tempo atrás havia fotografado essa espécie na chegada de Mar Grande, na Ilha de Itaparica, e descobri que Burle Marx gostava de usá-la em seus jardins.

Mas a grande protagonista verde desde terreno é uma árvore baixa, porém com copa muito extensa. É a maior do terreno em diâmetro e sua beleza é singular! Eu sabia então que não poderia escondê-la com minha arquitetura. Ela precisava ser vista!

Comecei aqui os meus primeiros rabiscos.


Assim concluo o podcast que resume a primeira parte da pesquisa para o meu Trabalho Final de Graduação, o projeto para o Novo Instituto de Ciência da Computação da UFBA, que será apresentado dia 7 de Julho de 2008, durante a Semana de TFG, na Faculdade de Arquitetura da UFBA."

Nenhum comentário: