Laje cogumelo protendida

No texto do Engenheiro Civil e professor da USP Ricardo Henrique Dias, disponível para leitura no portal Vitruvius, encontrei informações sobre a solução estrutural sugerida por meu orientador Geraldo Bezerra Araújo para o meu projeto: laje cogumelo protendida.

"Visando obter tetos sem a presença de elementos enrijecedores nas lajes, tem-se a solução estrutural de laje maciça protendida, sem vigas, também chamada de lajes lisa protendida. A placa é apoiada diretamente sobre os pilares. Este tipo de solução está sendo muito utilizado atualmente, principalmente em edificações residencias e comerciais. A ordem máxima de vão obtido com esse sistema é de 12 m*; para vãos maiores a laje torna-se demasiadamente espessa, inviabilizando o seu uso."
* O maior vão do meu projeto possui 11,60m.

"As lajes maciças sem vigas também sofrem o efeito do puncionamento junto aos pilares, ou seja, forças cortantes elevadas nos apoios que tentam furar o pano de laje; dessa maneira, outra solução viável para esse sistema é criar um enrijecimento junto aos pilares, por meio de um engrossamento da laje (ábaco) ou um engrossamento do pilar (capitel, que pode ser em tronco de pirâmide ou de cone). Este sistema é também denominado de laje cogumelo protendida e, com esse sistema, pode-se diminuir a espessura da placa fora da região do pilar." [...]

"As lajes lisas sem vigas têm a espessura pré-dimensionada da seguinte maneira: h = l/30 a l/40, sendo h = altura da laje maciça e l = distância entre os pilares, em cm. As lajes cogumelo (com engrossamentos junto aos pilares) têm a espessura pré-dimensionada por: h = l/34 a l/44.

Outra possibilidade de aplicação da laje protendida moldada "in loco" é a criação de vigas-faixa ligando os pilares, em uma ou duas direções. Esse recurso possibilita que, fora das faixas, a laje possa ter espessura menor que aquela obtida com uma laje de espessura constante. A Figura 10 mostra esse tipo de laje. Podem ter vãos máximos da ordem de 13 m, e têm o seguinte pré-dimensionamento para a laje: h = l/35 a l/45, sendo h = altura da laje maciça e l = distância entre os pilares, em cm. A faixa têm altura pré-estimada como hfaixa = l/18 a l/25, sendo hfaixa = altura da faixa maciça e l = distância entre os pilares, em cm."

Ver texto na íntegra:
http://www.arquitextos.com.br/arquitextos/arq000/esp214.asp

Em adição a essas informações, ainda encontrei em um site comercial:

"As vigas para os pavimentos tipo restringem-se ao núcleo das escadas e elevadores responsáveis pela absorção dos esforços de vento e equilíbrio do conjunto, nem por isso mais robustos que os das construções convencionais.

Os pilares não são considerados engastados nas lajes. São ligações articuladas, sendo que as teorias desenvolvidas na literatura técnica a respeito de placas múltiplas sem travamento de vigas para o pavimento tipo propõem a análise da rigidez global através da deformação do conjunto e, em seguida, do comportamento de flambagem para cada pilar.

Para edificações habitacionais que apresentam vãos ou distância entre pilares iguais ou superiores a 7m, começamos a verificar real economia de construção. Para vãos menores, a incidência de equipamentos e mão-de-obra em construções protendidas torna-as anti-econômica."

Ver artigo completo:
http://www.dbgraus.com.br/dB_arquivos_html/estruturas.htm


Apenas umas frase neste último texto me preocupou um pouco. "A ortogonalidade dos pilares é indispensável." A maioria dos meus pilares estão ortogonais, mas os pilares do prédio anexo, na área do auditório, foram deslocados 80cm para fora para não ficarem no meio da platéia. Será isso um problema?

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